SAFs




Sobre o Projeto Metodologia Fitossociologia Estimativas de Biomassa e Carbono SIG Referências


Metodologia

  • As mensurações realizadas no inventário florestal piloto começaram em maio de 2010 e finalizaram no início de 2013, onde foram instaladas em alguns SAFs da região parcelas permanentes retangulares de 700 m2 (20x35 m), subdivididas em 4 subunidades de 175 m2 (10x17,5 m). Foram identificadas as espécies e mensuradas a altura total em metros (HT) e a circunferência à altura do peito em centímetros (CAP), que foi transformada posteriormente para diâmetro à altura do peito em centímetros (DAP) de todos os indivíduos arbóreos acima de 15 cm de circunferência.

    Foram inventariadas e mapeadas áreas de SAFs de 16 agricultores. Os sistemas agroflorestais inventariados foram delimitados utilizando-se um receptor GPS de navegação modelo 66 CSX da marca Garmin®. Com este mesmo receptor foram obtidas as coordenadas centrais de cada parcela permanente e também das demais unidades amostrais. As coordenadas utilizadas foram coordenadas planas e métricas, ou seja, do tipo Universal Transversa de Mercator (UTM), e o datum utilizado foi o WGS 84. Os dados foram descarregados no programa Track Maker Profissional®, sendo os arquivos salvos nos formatos .shp (para o SIG) e em kml (para o Google my Maps) onde foi obtida a área dos SAFs. A Figura 5 ilustra ambos os procedimentos utilizados no inventário e no mapeamento.



Figura 5. Coleta de dados realizada em 2010 pelo Centro Ecológico nos SAFs com banana e juçara na Região de Torres, Litoral Norte do RS.

  • Foi empregada análise fitossociológica com uso do programa Mata Nativa® versão 2.10, para caracterizar a estrutura horizontal dos SAFs, da qual se obteve o número de indivíduos mensurados, números de espécies e famílias, Índice de Diversidade de Shannon-Weaner (H’), Índice de Dominância de Simpson (C’), Equabilidade de Pielou (J’) e Valor de Importância das espécies (VI).

    O H’ é dado por: -∑pi * Lnpi, sendo pi = ni/N, onde pi = proporção de indivíduos da i-ésima espécie; ln = logaritmo de base neperiano (e); ni = número de indivíduos amostrados para a espécie i; N = número total de indivíduos amostrados. O H’ varia geralmente de 0 a 3,5 para as florestas no Brasil, sendo que quanto maior o valor maior a diversidade. A diversidade é considerada baixa se H’ apresentar valor menor que dois (<2), será média se H’ apresentar valor entre dois e três (≥2 e <3), alta se H’ apresentar valores maiores que três (≥3).

    O C’ é dado por 1 - l, onde: l = ( (ni(ni – 1)) / (N(N – 1))); ni = número de indivíduos amostrados para a i-ésima espécie; N = número total de indivíduos amostrados. Já o J’ é dado por H’/H’máximo. C’ e J’ variam de 0 a 1, sendo menor a dominância e uniformidade máxima, respectivamente, se os valores forem próximos de 1.

    O VI é obtido pela soma da densidade (número de indivíduos), dominância (área basal) e frequência (presença ou não nas parcelas) dos indivíduos de todas as espécies presentes, extrapolados para um ha, e varia de 0 a 300, pois densidade, dominância e frequência variam de 0 a 100. Quanto mais próximo de 300, maior é a importância da espécie, o que revela através dos pontos alcançados pela mesma, sua posição sociológica na comunidade analisada, neste caso na composição de espécies nestes SAFs.

    Para os cálculos de estimativas de biomassa arbórea acima do solo e o carbono estocado na mesma foram utilizadas equações alométricas ajustadas para a Floresta Ombrófila Densa desenvolvidas por Nelson et al. (1999), Alves et al. (1997) e Saldarriaga et al. (1988), das quais foram gerados valores médios de biomassa (P). As equações são descritas por:
P = 0,749 (D2.011);
P = exp(-1,966 + 1,242.ln(D2));
P = exp(-2,059 + 1,256.ln(D2));
P = exp(-0,906 + 1,177.ln(D2.d));
P = exp(-1,192 + 1,229.ln(D2.d)).
    onde: D = diâmetro à altura do peito (cm), P = biomassa aérea (peso seco) (kg/árvore), d = densidade média da madeira (0,53 g cm-3) (UHL et al., 1988).

    A conversão de biomassa total (matéria seca) (t/ha) em toneladas de carbono por hectare (C t/ha) foi feita utilizando-se o coeficiente igual a 0,5, segundo recomendação do IPCC (Intergovernamental Painel on Climate Change). Os cálculos foram realizados em planilha Excel®, metodologia utilizada por Amaral et al. (2011a, b).